A Vanguarda Popular Revolucionária foi uma organização de extrema esquerda durante a Ditadura Militar no Brasil.
Após o Golpe Militar de 1964, vários grupos de resistência ao regime se formaram no país. Essas organizações representavam a esquerda política e combatiam de todas as formas o sistema de governo brasileiro que foi implantado pelos militares. As ações dos opositores iam desde simples contestações com discursos contrários ao governo até atitudes mais extremadas, como utilização de táticas de guerrilha que incluía sequestros e assaltos.
Uma das mais importantes organizações de esquerda se formou ainda antes do Golpe Militar, logo no começo da década de 1960. A Organização Revolucionária Marxista – Política Operária (POLOP) representava uma ala dos radicais de esquerda que tinham ideais diferenciados, inclusive, aos do Partido Comunista Brasileiro. Formada em 1961, militava em favor do direito dos trabalhadores. A POLOP possuía também em seu interior várias dissidências, o que levou a formação de uma série de outros grupos revolucionários de esquerda, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
A Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) foi fundada em 1966 por membros dissidentes da POLOP e por militares remanescentes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) com o objetivo de instaurar no Brasil um governo do tipo soviético. Tinha no seu leque de ações práticas de guerrilha urbana e de terrorismo para alcançar o objetivo maior que era a derrubada do governo dos militares. Seu modelo de política socialista seguia uma linha marxista-leninista.
Em julho de 1969, os integrantes da VPR se uniram com os integrantes do Comando de Libertação Nacional (COLINA) para dar origem ao grupo chamado de VAR-Palmares. Este foi uma grande organização militantes de esquerdistas radicais durante a Ditadura Militar que contou com a participação, inclusive, de Dilma Rousseff. A VAR-Palmares organizou um campo próprio de treinamento de guerrilha, em 1970, no vale do Ribeira.
No mesmo ano de 1969, no mês de setembro, um grupo de militantes de esquerda que integrava a VAR-Palmares decidiu deixar este movimento e reorganizar a Vanguarda Popular Revolucionária. A VPR promovia assaltos armados e roubos a bancos para financiar a guerrilha contra o regime militar. Seus membros, por outro lado, estavam preocupados também em divulgar na população brasileira os males que a Ditadura Militar fazia ao país. Entretanto era a fase do chamado “Milagre Econômico”, na qual o governo conseguia se esconder muito bem atrás do crescimento da economia do país que agradava a classe média. Sem conseguir significativo impacto na população brasileira com a tentativa de divulgar entre a população brasileira os malefícios da Ditadura Militar, a VPR praticava também atos mais radicais com a finalidade de resgatar presos políticos, como por exemplo: o sequestro de Giovanni Enrico Bucher, embaixador suíço, e de Nobuo Okuchi, cônsul japonês em São Paulo.
A Vanguarda Popular Revolucionária padeceu com a repressão empreendida pelo governo militar brasileiro. Aos poucos, seus membros foram sendo capturados, presos e torturados pelos órgãos do governo brasileiro. Em 1971, um militar do DOPS infiltrado no movimento, Cabo Anselmo, denunciou o paradeiro do comandante da VPR, José Raimundo da Costa. Este foi imediatamente preso e morreu como prisioneiro político. Após esse caso, os integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária decidiram pela dissolução do movimento.
- Fonte: http://tinyurl.com/cu7za3v
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