Pela primeira vez na história, EUA autorizam consumo de carne cultivada em laboratório

Pela primeira vez na história, a Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) autorizou que carne cultivada em laboratório seja consumida por humanos. Feito a base de células, o produto dispensa o abate animal. A autorização de produção foi dada à Upside Foods, empresa com sede na Califórnia.

Redução no impacto ambiental
A produção e comercialização a chamada carne de laboratório ou artificial tem potencial para facilitar o consumo de proteína animal e reduzir drasticamente o impacto ambiental que a agricultura e a pecuária intensiva geram diariamente, além de evitar o sofrimento animal. Essa nova tecnologia de alimentos é diferente dos já conhecidos substitutos à base de plantas, como os hambúrgueres de soja e outros, que tentam emular a textura e o sabor da carne, mas que não contêm proteína animal.

A Upside Foods, que produz carne a partir de células de frango cultivadas, se manifestou publicamente após saber da notícia da FDA. “É um passo histórico que abre caminho para começarmos a vender o produto”, disse o diretor de comunicação da empresa, David Kay.

Os avanços na tecnologia de cultivo celular estão permitindo que os desenvolvedores de alimentos utilizam células animais obtidas de gado e aves, e espera-se que esses produtos estejam prontos para o mercado dos EUA e de outros países em um futuro próximo. “O mundo está experimentando uma revolução alimentar, e a FDA está comprometida a apoiar a inovação no fornecimento de alimentos”, destacou Robert M. Califf, diretor da FDA.

- Fonte: https://history.uol.com.br/ciencia-e-tecnologia/pela-primeira-vez-na-historia-eua-autorizam-consumo-de-carne-cultivada-em
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Cadáveres humanos poderão virar adubo a partir de 2027 na Califórnia

A chamada compostagem orgânica – ou redução orgânica natural – poderá ser escolhida por moradores que não querem ser enterrados ou cremados.

Em entrevista à CBN, a jornalista e comentarista Rosana Jatobá afirmou que esta é a solução mais correta para evitar os gases do efeito estufa, pois a destinação tradicional de um corpo após a morte gera muitos gases do efeito estufa.

Como exemplo, segundo dados da National Geographic, nos EUA, país no qual há uma média de três milhões de mortes por ano, a cremação gera em torno de 360 mil toneladas de gás carbônico no período.

Outra vantagem que pode ser destacada deste método de destinação de cadáveres é a não-poluição de lençóis freáticos e águas subterrâneas. “Quando o corpo é enterrado tradicionalmente, ele emite líquido conhecido como ‘chorume’ (também emitido pelo lixo comum), que contamina o meio ambiente”, ressaltou Rosana.

Jatobá explicou ainda como é realizado o processo. “O processo começa retirando do corpo alguns materiais não orgânicos, como restaurações metálicas, próteses e marca-passos. Depois, o cadáver vai para um recipiente de aço, juntamente com lascas de madeira, flores, alfafa e palha – o que permite que micróbios e bactérias decomponham os restos mortais. Depois de um mês, o material é coletado e transformado em composto para adubar o solo.”

Em média, cada corpo gera 1 m³ de adubo, podendo, de acordo com a nova lei, ser utilizado pelo governo para cultivo de novas terras, ou devolvido à família.

Compostagem humana está virando moda nos EUA
Engana-se quem pensa que a Califórnia é o primeiro Estado estadunidense a aprovar tal lei. Na verdade, três outros estados já haviam sancionado a proposta. O primeiro foi Washington, onde a medida vale desde maio de 2020.

O Colorado e o Oregon promulgaram lei semelhante, com a diferença de que o adubo proveniente de restos humanos não pode ser utilizado no cultivo de alimentos.

- Fonte: https://olhardigital.com.br/2022/09/27/ciencia-e-espaco/californianos-poderao-transformar-cadaveres-humanos-em-adubo-a-partir-de-2027/

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Cientistas pretendem ressuscitar o lobo-da-tasmânia, espécie extinta desde 1936

O Lobo-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus), espécie cujo último exemplar morreu em 1936, pode voltar à vida. Ao menos essa é a ideia da startup Colossal, que pretende resgatar esses animais da extinção. A empresa, fruto da união de forças entre o empresário Ben Lamm e o geneticista George Church, é a mesma que trabalha para ressuscitar os mamutes.

Genoma completo
A startup vai investir US$ 10 milhões para que cientistas da Universidade de Melbourne tragam o animal de volta. Para colocar o plano em prática, será necessário construir um genoma completo (provavelmente combinando o DNA do lobo-da-tasmânia com o do dunnart de cauda gorda, um marsupial do tamanho de um camundongo que é o parente vivo mais próximo do animal extinto). Em seguida, o genoma deve ser introduzido em uma célula-tronco que será estimulada para se tornar um embrião. 

Se tudo correr como o planejado, o primeiro lobo-da-tasmânia da nova geração será produzido em 10 anos. A intenção da startup é reintroduzir o animal em áreas selecionadas na Austrália, na esperança de que isso tenha um impacto positivo nos ecossistemas locais. No passado, a espécie já desempenhou um papel fundamental na regulação do ecossistema ao caçar predadores não nativos que atacavam herbívoros nativos.

Os lobos-da-tasmânia eram grandes marsupiais carnívoros que pareciam uma cruza entre um lobo, uma raposa e um gato grande. Eles caçavam cangurus e outros marsupiais, além de roedores e pequenos pássaros, segundo o Museu Australiano. Os animais viviam em toda a Austrália continental, mas foram extintos no continente há cerca de dois mil anos, provavelmente devido à competição com dingos e à caça praticada por seres humanos. A partir daí, eles só eram encontrados na ilha da Tasmânia, onde eram considerados uma peste pela população local, o que contribuiu para sua extinção.

- Fonte: https://history.uol.com.br/ciencia-e-tecnologia/cientistas-pretendem-ressuscitar-o-lobo-da-tasmania-especie-extinta-desde-1936
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Vento maligno: o fenômeno que causa morte súbita perto de um lago africano

Todos os anos, as comunidades localizadas ao redor do Lago Kivu, na fronteira entre a República Democrática do Congo e Ruanda, vivenciam um fenômeno letal: o “mazuku”, também conhecido como “vento maligno”. De acordo com um estudo, ao menos oito pessoas morrem anualmente devido ao problema. Além disso, o gado da região também é atingido.

Gás nocivo
Segundo os cientistas, o fenômeno se deve a um vazamento de dióxido de carbono vulcânico através de rachaduras e fissuras na terra. O gás nocivo se acumula em grande quantidade dentro das residências, porões e áreas baixas, principalmente nas noites em que o vento sopra pouco. Sem perceber a presença do elemento, as pessoas começam a sentir tonturas, náuseas, confusão e fraqueza, a ponto de perder a consciência e até morrer.

Um estudo sobre o fenômeno foi publicado no International Journal of Research Publication and Reviews. De acordo com os autores do artigo, o descuido dos habitantes, bem como a falta de sinais de alerta sobre os perigos do mazuku estariam na raiz das mortes causadas pelo mazuku.

Os pesquisadores também relataram que o crescimento populacional na área é uma questão prioritária a ser tratada, pois o número de vítimas do mazuku pode aumentar. Assim, os especialistas solicitaram o monitoramento de qualquer fratura no solo e sinais de atividade vulcânica, vigilância que poderia ajudar a reduzir os riscos associados ao fenômeno geológico.

- Fonte: https://history.uol.com.br/ciencia-e-tecnologia/vento-maligno-o-fenomeno-que-causa-morte-subita-perto-de-um-lago-africano
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Terapia Psicodélida: o que é?

Pesquisas mostram que substâncias enteógenas — chamadas erroneamente de alucinógenas — podem ser tratamentos altamente eficazes para ansiedade, depressão, vício e trauma. Aqui está tudo que você precisa saber:

Drogas psicodélicas não são ilegais?
De acordo com as leis brasileiras, a maioria deles são, mas há movimentos para legalizar ou descriminalizar as drogas que está ganhando força. Os “cogumelos mágicos” são de venda livre no país apesar da psilocibina isolada ou sintética — o ingrediente ativo deles — ser uma substância controlada pela Anvisa. Há movimentos no Canadá e nos EUA para a liberação dos cogumelos e da psilocibina, ambos proibidos nos países em âmbito federal. “Todo o trauma não resolvido”, disse Strelaeff, “ele voltou e eu estava além de aterrorizado, tremendo incontrolavelmente e chorando.” Ela disse que a terapia com psilocibina a ajudou a conquistar “aquelas memórias difíceis” e hoje ela “não tem medo de p… nenhuma”.

Como funciona a terapia psicodélica?
Os participantes geralmente tomam cogumelos mágicos ou LSD em um ambiente relaxante, deitados com vendas e fones de ouvido ligados, ouvindo música. Supervisores treinados os encorajam a “ir para dentro e experimentar o que surgir”, disse Alan Davis, que estuda psicodélicos na Universidade Johns Hopkins. As “bad trips” ou viagens negativas de psilocibina são raras — pesquisadores realizaram 500 sessões sem observar quaisquer “efeitos adversos graves” — mas eles podem ocorrer. Os defensores dizem que o controle cuidadoso das doses, a supervisão e as variáveis controladas são muito importantes. As sessões de psilocibina geralmente duram entre quatro e seis horas, enquanto as sessões de LSD duram 12. Robin Carhart-Harris, que dirige o Centro de Pesquisa Psicodélica do Imperial College, em Londres, teorizou que tais sessões podem “resetar” o cérebro de uma forma semelhante a uma experiência espiritual intensa, reporta o The Week.

O que diz a neurociência?
Psicodélicos têm mostrado estimular o crescimento de novos neurônios e criar conexões mais complexas que permitem que várias áreas distantes do cérebro se comuniquem entre si. Padrões rígidos de pensamento são quebrados. Ao mesmo tempo, essas drogas dissolvem temporariamente o ego — o sentido de si mesmo que nos separa de tudo mais — e produzem um sentimento “oceânico” de unidade com o universo, razão pela qual muitas sociedades indígenas as têm usado em práticas espirituais. “Eu não sabia onde eu terminava e meu entorno começou”, disse um paciente a Michael Pollan, autor de um livro sobre terapia psicodélica, Como Mudar a Sua Mente.

Por que o ego desaparece?
Experimentos mostraram que os psicodélicos diminuem o fluxo sanguíneo e o consumo de oxigênio em uma área do cérebro chamada modo padrão de rede neural que os cientistas apelidaram de “rede eu”, age como um porteiro da consciência, filtrando informações para que o cérebro possa operar de forma mais eficiente. À medida que o modo padrão é desligado, as pessoas experimentam uma súbita abertura dos portões da percepção, ideias e visões, com alucinações vívidas que dão aos participantes novas percepções sobre si mesmos e sobre a própria vida.

Quais são os benefícios?
Os pesquisadores dizem que eles podem ser profundos e abrangentes. Um estudo da Johns Hopkins de 2014 descobriu que 80% dos fumantes submetidos à terapia assistida por psilocibina relataram que permaneceram livres de fumo seis meses depois. “O universo era tão grande, e havia tantas coisas que você podia fazer e ver nele que se matar parecia uma ideia estúpida”, disse um fumante a Pollan. Um estudo de 2016 relatou que 83% dos pacientes com câncer com depressão e ansiedade tiveram aumentos profundos na satisfação ou bem-estar na vida após uma única dose de psilocibina. Cerca de dois terços dos participantes do estudo classificaram a terapia entre os “cinco eventos mais espiritualmente significativos” em suas vidas. Um ateu lembrou-se de sentir-se “banhado no amor de Deus”. O medo da morte muitas vezes desaparece.

Por que essas drogas são ilegais?
Durante a década de 1950, alguns psicólogos pensaram que os psicodélicos poderiam revolucionar o tratamento de saúde mental. Mas quando o uso recreativo dessas substâncias poderosas tornou-se popular entre os hippies na década de 1960, provocou uma reação, com histórias de “bad trips” e surtos psicóticos. Em 1965, o governo federal proibiu drogas psicodélicas, e as empresas pararam de produzi-las para pesquisa. Timothy Leary, o psicólogo rebelde que encorajou os jovens a “ligar, sintonizar e desistir”, foi marcado como “o homem mais perigoso da América” pelo presidente Richard Nixon. Mas depois de décadas de uso underground, a pesquisa sobre seu valor passou por um renascimento. Em 2018, a FDA (EUA) designou a psilocibina como uma “terapia inovadora” para depressão e ansiedade. Um ano depois, a Universidade Johns Hopkins lançou o Center for Psychedelic and Consciousness Research (Centro pra Pesquisa Psicodélida e da Consciência) — no mesmo ano em que o Imperial College, em Londres, lançou o seu próprio. “A [idéia] dos anos 60 que os psicodélicos ajudariam a desvendar os segredos da consciência”, diz Pollan, “pode não ser tão absurda afinal.”

Estudando MDMA e DMT
Outros psicodélicos além de LSD e psilocibina mostraram promessa terapêutica. MDMA, há muito conhecido como “ecstasy”, ou “bala”, interage com muitos dos mesmos neurotransmissores no cérebro com as drogas convencionais para ansiedade. Estudos mostram que inspira sentimentos de “empatia e vínculo” que podem ser incorporados ao cotidiano com a ajuda de um terapeuta. Pesquisadores da Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos, com sede na Califórnia, já concluíram os ensaios da Fase 2 de psicoterapia assistida por MDMA para uso no tratamento de transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), e estão planejando testes de Fase 3. Estudos descobriram que a ayahuasca, uma bebida psicoativa de várias plantas da Amazônia, também pode ter efeitos benéficos. O Imperial College está estudando como o DMT, ou dimetiltriptamina, conhecida como “molécula espiritual”, pode ajudar pacientes que sofrem de depressão e ansiedade. Durante as intensas sessões de 20 minutos sobre a droga, “[os pacientes] meio que vão em uma jornada para [dentro] si mesmos”, disse a Dra. “Às vezes pode ser um pouco traumático.” Memórias dolorosas e reprimidas e sua conexão com os problemas atuais podem ser reveladas. Routledge e outros terapeutas aconselham fortemente contra experimentar substâncias psicodélicas fora de um ambiente controlado, alertando que as experiências podem ser esmagadoras.

- Fonte: https://hypescience.com/terapia-psicodelica/
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Terapia psicodélica começa a ser usada em empresas nos EUA

 

Apesar das drogas seguirem como um grande tabu no ambiente de trabalho, um movimento começa avançar entre empresas americanas: a adoção de novos benefícios de saúde, que incluem o apoio a funcionários adeptos da microdosagem de psicodélicos. Segundo o Financial Times, a terapia que tem se popularizado no meio corporativo do país usa principalmente a ketamina.

Embora seja comumente usada como anestésico, estudos recentes apontaram para a eficácia da ketamina no tratamento da depressão e de outras doenças mentais. A substância é um anestésico dissociativo que pode ser encontrado em forma de pó branco, líquido ou em tablete. O consumo acontece por via oral, inalação ou injeção. Nos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil, o uso é legal apenas diante de prescrição médica.

Com o aumento de 25% nos diagnósticos de transtornos mentais no primeiro ano da pandemia, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, as empresas estão buscando novas formas de proporcionar bem-estar aos funcionários – e é então que os psicodélicos entram na jogada, como aponta o Financial Times.

Segundo Jason Duprat, enfermeiro anestesista e criador da Ketamine Academy (“Academia de Ketamina”), plataforma que ensina a profissionais de saúde mental a melhor forma de fornecer ketamina terapêutica, as inscrições em seu site aumentam 15% a cada ano desde 2017, quando ele o fundou. No entanto, Duprat afirma que viu a expressão “psicoterapia assistida por ketamina” ganhando força só nos

Convênio com terapia psicodélica

Uma das primeiras empresas norte-americanas a oferecer o benefício é a fabricante de sabonetes Dr. Bronner’s, que fechou uma parceria com a provedora de saúde psicodélica Enthea. A empresa afirma que 8% dos 450 funcionários e familiares cobertos pelo convênio já usaram o benefício.

Shane Metcalf, cofundador e diretor de pessoas e cultura da 15Five, fornecedora de software de RH, disse que planeja tornar sua empresa a primeira de tecnologia a oferecer benefícios psicodélicos ainda neste ano. Se o projeto for concretizado, a 15Five estaria seguindo o exemplo da fabricante de sabonetes Dr. Bronner’s, que está entre as primeiras empresas norte-americanas a oferecer tais benefícios.

“Não estamos falando de uso recreativo”, afirmou Metcalf, ao FT. Segundo ele, a ideia é sempre fazer o acompanhamento com um terapeuta, que oriente o uso da substância. Doses de ketamina aplicadas presencialmente podem custar mais de US$ 5 mil, enquanto as aplicações remotas são aproximadamente um décimo desse valor – e com um valor coberto pelo empregador, a terapia fica ainda mais acessível.

- Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2022/08/empresas-americanas-adotam-terapia-psicodelica-com-ketamina-como-beneficio.html
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Cientistas estão transformando aranhas mortas em ‘necrobots’ – robôs cadáveres

Quando a estudante de engenharia mecânica Faye Yap viu uma aranha morta caída no corredor, ela pensou se ela poderia ser usada como um componente robótico.

Transformar aranhas mortas em garras mecânicas pode ser a ideia de um cenário de pesadelo para algumas pessoas, mas pode ter benefícios tangíveis. Pernas de aranha podem agarrar objetos grandes, delicados e de formato irregular com firmeza e suavidade sem quebrá-los.

Então, em colaboração com o engenheiro mecânico Daniel Preston, Yap e seus colegas da Universidade Rice descobriram uma maneira de fazer as pernas de uma aranha-lobo morta se desenrolarem e se agarrarem a objetos.

Eles chamaram esse novo tipo de robótica de ‘necrobótica’.

Estranhamente, as pernas da aranha não têm músculos para extensão, mas movem as pernas por meio de pressão hidráulica – elas têm o que é chamado de câmara de prossoma, ou cefalotórax, que se contrai, enviando fluido corporal interno para as pernas, fazendo com que se estendam.

Então, a equipe inseriu uma agulha na câmara do prossoma da aranha e criou uma vedação ao redor da ponta da agulha com uma bola de supercola. Espremer uma pequena lufada de ar através da seringa foi o suficiente para ativar as pernas da aranha, alcançando uma amplitude de movimento completa em menos de um segundo.

“Pegamos a aranha, colocamos a agulha nela sem saber o que ia acontecer”, disse Yap em um vídeo no site da Universidade Rice.

“Tínhamos uma estimativa de onde queríamos colocar a agulha. E quando colocamos, funcionou, da primeira vez, logo de cara. Eu nem sabia como descrever isso, naquele momento.”

A equipe conseguiu fazer com que a aranha morta se agarrasse a uma pequena bola e usou esse experimento para determinar uma força de preensão máxima de 0,35 milinewtons.

Eles então demonstraram o uso de uma aranha morta para pegar objetos e eletrônicos delicados, incluindo fazer com que essa garra necrobótica remova um fio de ligação conectado a uma placa de ensaio elétrica e, em seguida, mova um bloco de espuma de poliuretano.

Eles também mostraram que a aranha poderia suportar o peso de outra aranha do mesmo tamanho.

Como as aranhas estendem as pernas exercendo pressão hidráulica de seu cefalotórax, quando morrem, o sistema hidráulico não funciona mais. Os músculos flexores das pernas da aranha entram em rigor mortis, mas, como os músculos só trabalham em uma direção, a aranha se encolhe.

Embora a maioria dos componentes robóticos feitos pelo homem sejam bastante complexos de fabricar, as aranhas já são complexas e (infelizmente para os aracnofóbicos) são abundantes.

“O conceito de necrobótica proposto neste trabalho tira proveito de designs únicos criados pela natureza que podem ser complicados ou até impossíveis de replicar artificialmente”, disseram os pesquisadores em seu paper.

As aranhas também são biodegradáveis, portanto, usá-las como peças de robôs reduziria a quantidade de resíduos na robótica.

“Uma das aplicações para as quais podemos ver isso sendo usado é a micromanipulação, e isso pode incluir coisas como dispositivos microeletrônicos”, disse Preston no vídeo.

Uma desvantagem da pinça de aranha morta é que ela começa a sofrer algum desgaste após dois dias ou após 1.000 ciclos de abertura e fechamento.

“Achamos que isso está relacionado a problemas com a desidratação das juntas. Achamos que podemos superar isso aplicando revestimentos poliméricos”, explicou Preston.

Os pesquisadores experimentaram revestir as aranhas-lobo com cera de abelha e descobriram que sua diminuição de massa foi 17 vezes menor do que a aranha não revestida em 10 dias, o que significava que estava retendo mais água e seu sistema hidráulico poderia funcionar por mais tempo.

- Fonte: https://universoracionalista.org/cientistas-estao-transformando-aranhas-mortas-em-necrobots-robos-cadaveres/
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